O documentarista e fotógrafo francês Christian Poveda foi assassinado a tiros em San Salvador, semanas antes do lançamento na França do seu último documentário,“La vida Loca (2008) ”, sobre os "maras", as gangues que fazem trafico de drogas e pratica de extorsões neste país da América Central e são responsáveis por 60% dos assassinatos ocorridos neste país.
Poveda, 53 anos, foi encontrado morto na estrada a metros do seu veículo, a uns 16 quilómetros a norte da capital do país, San Salvador, no sobrelotado bairro La Campanera – bastião do gang que o realizador retratara no documentário, os Mara 18 – onde segundo a polícia, ele voltava de uma gravação que seria para um futuro trabalho. As autoridades encontraram 4 balas no corpo do jornalista.
As forças negam a hipótese de acerto de contas e ponderam a hipótese de um assalto, mas não foi, uma vez que o equipamento dele e o carro estavam lá, declarou um fotógrafo próximo a Christian Proveda pedindo anonimato.
Christian Poveda conhecia bem San Salvador. Ele cobriu a guerra civil (1980-1992), onde se instalou definitivamente em 2003 com sua companheira salvadorenha.
O presidente salvadorenho, Mauricio Funes, um ex-jornalista que o conhecia bem como pessoa, disse estar "consternado" por seu assassinato.
O filme Poveda "La vida loca", estreará em 130 salas na França a 30 de Setembro. Ele descreveu o diário dos "maras", essas gangues de jovens tatuados da cabeça aos pés, nascidos nos anos 80 nos bairros "latinos" de Los Angeles, que emigraram para a América Central, onde se tornaram o pesadelo dos governos.
Para conceber o filme, Christian Poveda sujeitou-se a viver durante um ano e meio com uns bandos, acabando por virar alvo de outros grupos que o ameaçaram de morte, segundo a imprensa local.
Veja o trailler do filme.