O realizador australiano Adam Elliot, mago da animação moderna e autor de várias curtas de animação como: o oscarizado Harvie Krumpet (2003); Brother (1999); Cousin (1998); Uncle (1996), entre outras, estreia-se agora no grande ecrã com o fantástico e carismático Mary and Max. Realizado, escrito e idealizado pelo próprio, o filme é um prato cheio para quem gosta de animação com alma. Adam Elliot consegue transmitir emoções e estabelecer uma cumplicidade entre o filme /espectador, mais fortes que a maioria dos filmes, que para tal , usou plasticina e um argumento baseado numa história verídica
O cinema de animação para adultos é algo que tem vindo a crescer um pouco por todo mundo, vindo da Dinamarca tivemos o astuto Terkel i knibe (2004), de França/ irão o Marcante Persepolis (2007), dos EUA, e realizado por Rob Zombie, o inadmissível The Haunted World of El Superbeasto (2009). Agora, fiquei seduzido por esta fábula verídica e australiana, rendi-me por completo aos seus atractivos, ao carisma das personagens, à musiquinha do piano sempre a facturar enquanto a história decorria, mas na verdade, o que mais me impressionou foi a maneira tão humana e real como a história nos é contada.
O filme não é nenhum conto de fadas, nada que se compare, trata-se de uma comédia dramática que conta uma história de amizade entre duas personagens unidas pela pena e pelo acaso: Mary, uma miúda solitária de oito anos, que vive nos arredores de Melbourne, e Max, um homem de quarenta e quatro anos, triste e severamente obeso, que vive em New York.
Supremo e tocante.