Além do cinema o universo da animação é uma das minhas paixões, principalmente o anime japonês, que além de nos deslumbrar visualmente, acaba por reservar um cantinho no nosso coração, a fim de perdurar e mais tarde se tornar nostálgico. Exemplos não faltam, de facto todos se lembram do clássico Tom Saywer, da Heide ou Dragon Ball um épico fantástico, parece que todos eles ainda hoje estão presente no nosso dia-a-dia.

Ao rever um dos clássicos, deparei-me com Tokyo Magnitude 8.0, uma anime que mostra de forma extraordinariamente realista, o que aconteceria de à cidade de Tokyo caso houvesse um terramoto de magnitude 8.0. O projecto está de tal maneira exemplar que foram necessários testes e estudo científicos previamente aos esboços.
Tokyo Magnitude 8.0 é uma simulação e de facto na realidade as coisas poderiam ser diferentes. No entanto não deixa de ser um ponto como base para um futuro inesperado confrontando-nos com traços e pormenores mesmo assustadores.
O argumento conta a jornada de Yuki e Mirai duas crianças que se encontram sozinhas e fazem uma amiga Mira no imenso caos em que se encontra a cidade de Tokyo.
Simplesmente espectacular e vai deixar saudade.
 

Nicolas Winding Refn o  autor da saga Pusher (1996-2005) e realizador de Fear X (2003) surpreendeu tudo e todos no Festival internacional de Toronto com o insano e polémico filme Bronson. Um filme baseado em factos verídicos que retrata a história do recluso mais conhecido da Inglaterra Michael Peterson (Tom Hardy), Condenado a 7 anos de prisão, mas acabou por cumprir 34, 30 dos quais passou na solitária devido ao seu comportamento instável e violento. Durante esse tempo Peterson desenvolveu um alter-ego de superstar, Charles Bronson.
O filme é uma descarga de reflexões lançadas por Bronson, está cheio de jogos filosóficos que nos fazem repensar a condição humana. Torna-se ao mesmo tempo numa sátira social não só a segurança como ao governo britânico. Mas o prato cheio é mesmo o enigma em volta da personagem lendária que se tornou Bronson, que ainda hoje está preso.
Esta é talvez a consagração do actor britânico Tom Hardy , que vimos recentemente em Rocknrolla, deixando-nos K.O. com tua a sua entrega ao papel de Bronson.

Perturbante e harmonioso, mas principalmente fora de control.
 

Acordar é muitas vezes como comer um iogurte com um prego enferrujado.
Começa com o abandono de um recanto íntimo pendurado ao nosso ego.
É apenas cessar o sono pendente e levar com um ramo de urtigas na focinheira.
Uma sensação repleta de mau estar, estágio pelo qual temos que passar, para largar o piloto automático. Tal como um dente de leão que presente uma rajada de vento destinada a dizimá-lo. E em cinco minutos o alarme dispara tornando-se cada vez mais presente e insuportável.
 A preguiça opulenta é inércia ao hábito mas sedutora. Talvez seja a descrição ou o debulhar da humanidade enquanto escravos da rotina. Quem sabe?
É dose! Vou mesmo ter que me levantar.


 

Carlos Cuarón o argumentista de Y tu Mamá También (2001) e realizador de Me la Debes (2001) regressa agora ao grande ecrã agora uma história sobre o universo do Futebol mexicano.
 Rudo y Cursi narra a história de dois irmãos camponeses que vivem no interior do México e adoram jogar futebol. Abordados por um agente futebolista recebem a propostas para jogar num clube profissional.
O filme leva-nos ao encontro de uma comédia dramática cheia de situações fortuitas, principalmente graças ao elenco central Diego Luna (Rudo) e Gael Garcia Bernal (Cursi) que transbordam talento na representação. Mas Rudo y Cursi esta longe de ser uma singela comédia dramática, contudo trata-se de uma obra com alto teor filosófico, graças não só omnisciência e intervenção do narrador no filme, como também pela maneira subtil como rasga com bisturi todo o encanto envolve o orbe do futebol e da fama.

Hilariante, comovedor e filosoficamente sarcástico.

Jean-François Richet realizador de filmes como De l’Amour (2001) e do remake do filme  de Jonh Carpenter,  Assault on Precinct 13 (2005) entre outros. Regressa agora com dois filmes, protagonizados por Vicent Cassel. Estes retratam a biografia do bandido Jaques Mesrine, uma personagem notável que há muito evocava por uma obra deste género.

Part 1 -L’INSTINT DE MORT

O primeiro filme chama-se L’instint de Mort, sendo baseado no novel com o mesmo nome ,  escrito pelo próprio Mesrine enquanto esteve na prisão. Esta parte do filme dá-nos a conhecer o lado pessoal do protagonista, mostrando-nos o percurso deste e os motivos que levaram este a tornar-se no Inimigo Público nº 1 de França.

Part 2 -L’ENNEMI PUBLIC Nº 1

O segundo filme tem como nome, L ‘Ennemi Public Nº 1, o argumento foi escrito por Abdel Raouf Dafri e pelo próprio realizador. A história continua momentos após o final do primeiro filme, sendo o género é completamente diferente. Retrata a vida de Mesrine enquanto bandido, dando-lhe um ritmo bastante mais fugaz, extremamente acelerado, imprevisível e alternativo. A personagem Mesrine é simplesmente genial, com a astúcia de um fora da lei e carisma de um revolucionário, fazendo lembras clássicos como Bonnie and Clyde, Thelma e Louise, Bandits.
Vicent Cassel naquele que é o maior marco da sua vasta carreira, e arriscando-me a dizer que é o melhor actor francês da actualidade.

Dois filmes que se completam mutuamente, a primeira parte dá-nos a conhecer o homem, para na segunda nos presentear a descobrir o fora da lei.
Engenhoso, Assombroso e provocante.

 

Foi atrás das giestas que perdi a virgindade,
Era jovem, acabava de entrar na puberdade.
No inicio pensava que era apenas um jogo,
De facto há muito que andava com fogo.
Uma tocha que ia subindo pelas pernas,
abrasando-me como aguardente das tabernas.
Isidro convidou-me a dar um banho no rio,
Parecia encontrar o cheiro do meu cio.
Senti-o, e arrulhei com prazer e formosura,
Sempre como uma madama, sem perder compostura.
Os meus vasos sanguíneos pareciam saltões
E após o sucedido, passei a tarde sem comichões.
Desfruí com o Tó num tanque cheio de água,
Ainda que Isidro me quedasse com mágoa.
Usufruí de um orgasmo numa caravana em movimento,
Revivendo ser atravessada na sacristia por um sargento.
Calma aí que não sou nenhuma rameira,
embora seja fruída sem eira nem beira.
Considero-me uma mulher devota do coito,
Até agora já fui possuida por oitenta e oito.
Sinto um paladar dissemelhante e fragrâncias de jasmim,
Lembra-te que faço tudo para te conjecturar dentro de mim.

Texto e Fotografia: Aurelia Maia
 

The Prostitutes são uma banda Checa ( Praga) de Indie-Rock e Post-punk. Em 2006 (após o lançamento de um ep) lançou o álbum de estreia, Get Me Out of Here, muitíssimo aclamado pelo público e pela crítica europeia. E em 2007 já eram uma das bandas rock mais respeitadas da Republica Checa que lhes permitiu partilhar palcos com bandas como Placebo. A irreverência do nome reflecte aquilo que todas as bandas são: umas Prostitutas de Mercado.
Em 2009 editam o 2º álbum chamado Hometown Zombies, apresentando uma sonoridade fantástica, remisturam o melhor que há na música pop-rock e post-punk dos anos 80 fundindo-a com indie-rock acrescentando uma chuva repleta de sintetizadores. O resultado é notável, tendo como efeito canções como:  o single de apresentação Boom, a descaradamente acelerada Thank you, a explosão de Hometown Zombies ou mesmo o charme de Helephant , entre outras.

Um álbum simplesmente irresistível.