da filosofia à ficção, retratando a realidade
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publicado por santissimatrindade, em 19.12.08 às 20:06link do post | favorito


Na luta pelo Direitos Humanos

Gus Van Sant é dos realizadores mais aplaudidos pela crítica na actualidade, não só pela sua vasta obra, como também pela diversidade e versatilidade que esta enquadra. Autor de filmes como o clássico Good Hill Hunting ( (1997) (O bom rebelde)) bastante aplaudido pela academia. Em 2003 surpreendeu Cannes arrecadando a Palma de ouro com o polémico Elephant, baseado no massacre da Escola em Columbine. Trouxe-nos alucinante Last Days (2005) baseados nos últimos dias de vida de Kurt Cobain filme que também gerou alguma polémica. No ano passado realizou Paranoid Park, um drama sobre um adolescente que por acidente mata um guarda-nocturno ficando com alta carga na consciência. Este ano volta à realização com um filme biográfico cujo nome Milk.

Milk é baseado na fase final da vida do político Harvey Milk, que foi um gay activista e o primeiro gay a ser eleito para um cargo público, como membro do quadro de supervisores da Câmara de San Franciso, acabando por morrer assassinado devido aos seus ideais.

Milk transporta-nos para San Francisco 1978 (ano em que Harvey morreu) transformando-se numa espécie de depoimento póstumo de Harvey Milk, recheado de avanços e recuos no tempo focando momentos mais marcantes desta ultima fase da sua vida. Estamos perante um filme que se despe de preconceitos e sensibiliza o espectador para a tolerância da diferença, fazendo uma abordagem ao perfil de Milk, por vezes poética mas sempre firme, documentando a importância que este teve na luta dos direitos dos homossexuais, o fenómeno e a grande personalidade em que ele se tornou.

O argumento foi escrito por Dustin Lance Black, o mesmo da serie Big Love, que também ajudou na produção do filme.
Um filme de uma sensibilidade profunda que nos ensina a ser mais humanos. É a prova de que o preconceito só atrasa a evolução e a sabedoria do homem.
O elenco é ouro puro, principalmente Sean Pean na sua notável interpretação, no papel de Milk, pelo qual já foi nomeado para os globos de ouro e ao qual provavelmente a academia também se irá render. O elenco secundário também é genial e não passará indiferente James Franco (Scot Smith), Josh Brolin (Dan Wh), Emile Hirsch (Clive Jonhs) e Diego Luna (Jack Lira).

Gus Van Sant prova que é um mestre na sétima arte.
 

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publicado por santissimatrindade, em 11.12.08 às 23:00link do post | favorito



Varandas, polidas com neve, manipulam a temperatura até nos regar com  uma brisa tremula,  revestindo-nos de um gélido Inverno.
Lénia continua empoleirada na varanda, como se uma galinha no poleiro, que automaticamente foge ao ver nevoeiro que se avista trazendo consigo morte e desassossego.
Vultos rondam lá fora na penumbra, pelo menos na cabeça do pequeno Izidro ao ouvir  zumbidos ciclónicos, que dominado por um sentimento de pânico esconde-se dentro de um baú acabando por sufocar.
Carma, uma virgem estupidamente frustrada e desenxabida,  masturba-se com bocados de velas frente a uma foto de Salazar.
O relógio da igreja conta 6 horas pela segunda vez, no dia, ao mesmo tempo Hermínia , deitada na cama dá o ultimo suspiro, deixando de pertencer ao mundo dos mortais.
Na serra, um cordeiro envenenado pelo pastor, serve de banquete para um casal lupino que lhe tinha dizimado o rebanho.
Na casa paroquial, o padre descansa depois de uma hora intensa de sexo anal com o sacristão, que acreditava estar a cumprir a merecida  penitência  após a confissão.
E o Presidente da Junta conta os tostões que roubou do povo,   antes de ir aquecer a cama da sua adorada filha mais nova.
O inverno é como uma sociedade que está a cair aos pedaços, frio e dissimulado.
 


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publicado por santissimatrindade, em 05.12.08 às 00:27link do post | favorito


A obra-prima do ano

Em Abril de 2008 ao visitar o portal de cinema espanhol aullidos.com, li um artigo que anunciava a estreia de Los cronocrimenes em Espanha a 26 Junho de 2008. A notícia deixou-me em pulgas, já que era um dos filmes que mais esperava este ano, mas por cá nem sinal dele. Felizmente já tive oportunidade de o ver  sendo indscrítivel o impacto que a obra teve em mim.

Los cronocrimenes arrasou festivais por todo o mundo, arrecadando prémios no Amsterdam Fantastic Film Festival, Fant-Asia Film Festival, Philadelphia Film Festival, Sundance entre outros. Trata-se da primeira longa-metragem de Nacho Vigalondo o mesmo que nos trouxe a curta 7:35 de la mañana.  Nacho realizou, escreveu o argumento e também é actor no filme (o cientista).

Sinopse: Um homem (Hector) entra acidentalmente numa máquina do tempo, voltando 1 hora antes. De repente vê-se a ele próprio à uma hora atrás dando inicio a uma trama.

Los cronocrimenes consagra mais uma vez o cinema espanhol, com um argumento simplesmente genial, simples mas de uma complexidade absoluta, com substância.Está perfeito, sem falhas e com arrestas lapidadas ao pormenor, reanimando o conceito de viagem no tempo. O filme é tão bom que o raio dos americanos já compraram os direitos deste, estando neste momento a ser por estes preparado um remake cujo nome é  Timecrimes. O remake, que não estará a cargo de Nacho Vigalondo, dado que este se deu ao luxo de recusar, afirmando que não fazia sentido fazer o mesmo filme novamente. Há rumores de que a escrita do argumento ficará a cargo de Alfonso Cuarón,esperemos que os americanos não metam água como é costume.

Eu adorei o filme, o enredo é fantástico e acompanhado por uma banda sonora tanto caricata como aterradora. Trata-se de um filme muito inteligente, cheio de pormenores significativos e com a sombra de algum sentido de humor. Los Cronocrimenes tranforma-se num triller de ficção científica cheio de tensão, levando o espectador a montar um excelente quebra-cabeças. O projecto não é nada audacioso mas funciona na perfeição, para fazer ver a muita gente como com pouco se faz muito. Los Cronocrimenes é resposta à pergunta: Como se mete no charco o blockbuster americano?.
A obra-prima de Nacho Vigalondo .
Uma das melhores experiencia de cinema que tive até hoje.


Curiosidade : Los cronocrimenes  el juego
 



Para promoção do filme foi lançado um jogo online  Los cronocrimenes , com conteúdo exclusivo . Era um jogo muito curioso repleto de pistas e quebra-cabeças que ajudou o filme a tornar-se num filme de culto. E no qual eu também perdi algumas noites, uma experiência e tanto cronocrimenes.com.

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o meu ego está:

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publicado por santissimatrindade, em 02.12.08 às 00:10link do post | favorito

…de repente dou comigo a peneirar um pouco de farinha e o facto é que nem sequer vou cozer.

O frio alastra-se por todo o país, acabando por aliar-se à vontade de ficar em casa (juntamente com um conhaque e uns paivas) e deliciar o que a sétima arte tem de novo para nos oferecer. A lista começou a ficar extensa, por isso hoje não vou falar de um filme em especial mas de um apanhado de filmes.

Gardener of Eden




A começar pele cinema independente americano temos  Gardener of Eden a segunda longa-metragem do realizador Kevin Connolly e escrito por Adam 'Tex' Davis. No elenco temos Lukas Haas , Erika Christensen e Giovanni Ribisi. O filme conta a história de um jovem revoltado que acidentalmente captura um violador em serie, acabando por ficar o herói da cidade, encontrar um propósito da sua existência e se envolver numa relação com a vítima.
Gardener of Eden prima pela indiscrição e pelo impacto do argumento, que contrasta e espelha uma sociedade em ruínas, onde tudo está a apodrecer mesmo que não solte à nossa vista, e heróis esses são apenas mitos urbanos ou fumaça como a fama.
Um filme com uma instabilidade tão aliciante como provocante, nada parece acontecer na altura certa, mas ao mesmo tempo tudo tem um propósito neste drama com dose triller pingado com alguma comédia (negra). 

Um Mundo Catita




 


Continuando a falar de produções independentes….
….Um Mundo Catita é uma mini serie de TV de 6 episódios (de inicio era para ser um filme) que começou a passar ao domingos na RTP2. É um projecto resultado da colaboração e investimento das produtoras Indivídeos e Pato Profissional Limitada. Escrita, produzida e realizada por Filipe Melo, o mesmo de I’ll see you in my dreams, e João Pedro Leitão que se estreia na sétima arte.
A serie é uma biografia ao imaginário de Manuel João Vieira (Vocalista dos Irmãos catita e Ena Pá 200), a história passa pela realidade e vai de encontro aos sonhos e devaneios do protagonista, uma mistura de aventuras e desventuras, passando pelo romance, com ou toque de conto de natal.
Eu vi o making of e 1º episódio, as impressões foram as melhores, só me resta sugerir a todos os que gostem de uma boa dose se insanidade com fibra e do bom cinema que se faz por cá.


Zack and Miri Make a Porno
 



Zack and Miri Make a Porno é o regresso de um dos realizadores mais ousados dos states, estou a falar de Kevin Smith o que nos trouxe de Clerks, Dogma  e J and Silent bob…
Os filmes de Smtih sempre foram comédias ousadas, com uma índole de politicamente incorrecta que encaixa  que nem luva nos seus argumentos, Zack and Miri Make a Porno  não é excepção. O filme conta-nos a história de Zack (Seth Rogen) e Miri (Elizabeth Banks) um casal de amigos que divide apartamento e ambos vivem com grandes dificuldades financeiras. Após sucessivos acontecimentos surge a ideia de ambos fazerem um filme porno para melhorarem a situação financeira.
Uma comédia Romântica bem diferente e com um toque porno mas substancial, fantástica e hilariante e ao mesmo tempo a sublinhar a crise financeira e de uma América falhada, com uma linguagem à qual o realizador nos habitou sem medir palavrões e fugaz.
É um filme não só para os fãs de Kevin Smith, mas principalmente para quem gosta de cinema sem tabus, de romantismo e ao mesmo tempo de muita boa disposição.

Pineapple Express
 



 

Vi também um triller comédia negra muito interessante, chama-se Pineapple Express foi realizado  por  David Gordon Green o mesmo de Undertow e Snow Angels . O Argumento é dos mesmo escritores de Superbad. 
Pineapple Express Conta a história de Dale (Seth Rogen), um Consumidor de erva e Saul, o seu dealer (James Franco), que são obrigados a fugir da polícia, após Dale (completamente charrado) presenciar uma agente cometer um assassinato.
O filme é uma experiencia muito interessante e divertida e não tão distante da realidade, cheio de humor negro, sarcasmos, lições de vida, muita erva e até algumas cenas gore.
Fantástico, a não perder.

Bons filmes.
 

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