da filosofia à ficção, retratando a realidade
comentar
publicado por santissimatrindade, em 26.11.09 às 01:43link do post | favorito

 

Paranormal Activity é um filme independente de baixo orçamento escrito e realizado por Oren Peli, um israelita que vive nos E.U.A e estreante com cineasta.Rodado em apenas sete dias na casa do próprio realizador, o projecto custou cerca de 11 mil dólares e já rendeu 104 milhões apenas na box-office americana. Uma brilhante lição de marketing.
Oren Peli jogou com as cartas que tinha, pegando em actores quase desconhecidos e optando por uma filmagem de registo documental (ao estilo de Blairwitch) devidamente justificada com o argumento. Argumento que teve como base situações bizarras que tiveram parte numa antiga casa de Oren. Golpe de mestre ou sorte? Cheira-me que foram ambos.
O resultado é um filme aterrador. Somos confrontados com uma história que à partida parece algo sem interesse e fútil, mas desenganem-se, Paranormal Activity cinge-nos gradualmente ao seu ambiente inconstante e sinistro, onde somos assaltados por situações sobrenaturais e medos que atormentam o íntimo do ser humano .
Paranormal Activity foi concebido em 2007, esteve 2 anos na gaveta, à espera de distribuidora. Foi apresentado em festivais como Screamfest e Slamdance, passando despercebido, até que Jason Blum o fez chegar às mãos da Paramount, que distribuiu o filme por toda a América, o êxito está à vista.
Aconselho o espectador a mergulhar no ambiente do filme para desfrutar o máximo dos picos altos que este nos proporciona. Sim, porque o melhor do filme: é aquilo que consegue transportar para nós através de situações banais, como ouvir barulhos à noite. Não estejam à espera de nenhum twist, nem alaridos muito elaborados. No entanto serão surpreendidos de certeza, raptados por um terror psicológico e pelo realismo do moment o.
Curiosidade: Existe um filme chamado In Memorium (2005) de Amanda Gusack que já tinha usado o mesmo conceito de, mas em Paranormal Activity este é reinventado.
-Que barulho foi Este? Vocês ouviram?
Apaguem as luzes e desfrutem o medo.
 

tags:
o meu ego está:

comentar
publicado por santissimatrindade, em 13.11.09 às 17:15link do post | favorito

Erik Lamens, um dos colaboradores da compilação de curtas belga 10 jaar leuven kort (2004), estreia-se no grande ecrã com o filme SM-rechter. Um filme que faz uma análise sobre a questão do S&M (Sadomasoquismo), servindo-se de um escândalo público e verídico que chocou a Bélgica em 1997.
SM-rechter foi produzido pela produtora belga Caviar films e é falado em Holandês. Nele reencontramos talentos como Gene Bervoets (Loft (2008) e Duska (2007)) e Veerle Dobbelaere (Polleke (2003)), dois protagonistas entregues com unhas e dentes à personagem.

SM-rechter prima ao abordar de maneira tão sublime, mas igualmente discreta, um assunto tumultuoso que ainda hoje não é aceite na sociedade, apontando o dedo à manipulação justiça e conservadorismo.
A história foca-se no casal Koen e Magra. Ele é um juiz respeitado e bem sucedido, ela é uma pintora que perdeu o emprego. O casamento de 15 anos está em crise e Madga encontra-se mergulhada numa depressão, inerte, ignorando o marido e a filha. Desesperado para salvar o casamento, Koen aceita ceder à esposa, o que esta sempre quis: a sensação de dor extrema e prazer, sendo obrigado a procurar clubes no submundo do sadomasoquismo.

Uma história polémica, profunda e sensível.
 

tags:
o meu ego está:

comentar
publicado por santissimatrindade, em 04.11.09 às 04:38link do post | favorito


Realizado por Brett Harvey e escrito pelo próprio juntamente com Adam Scorgie, The Union: the business behind getting high, é um documentário, que aborda o que realmente existe por detrás do negócio da cannabis no continente americano.
O comércio ilegal da cannabis transformou-se num negócio gigantesco que mobiliza $7 bilhões de dólares anualmente apenas no Canadá, com cerca de mais de 85% da ‘BC Bud’ (termo genérico para alguma variedade de cannabis que cresce na província Canadiana da British Columbia)  ser exportada para os States, quem diria... 
Apesar de abordado numa forma abreviada,  Adam Scorgie encaminha-nos com os princípios e como as políticas que levaram à classificação da cannabis como " droga forte e perigosa", confrontando-nos com a questão: Porque uma fonte de tão grande rendimento é proibida? Quais os interesses por detrás disso?
O documentário leva-nos também ao negócio do cultivo doméstico pela Califórnia, que é hoje um negócio multimilionário por toda a América. No entanto a sociedade rejeita e não aceita os benefícios naturais da planta, preferindo gastar milhões em processos e prisão daqueles que a cultivam, vendem e/ou fumam.
Uma descarga de informação histórica, económica, política e social sobre o mundo que envolve o cannabis. Um excelente documentário atestado de curiosidades e apelos interessantes sobre esta dádiva da natureza.

Informação muito interessante e relevante sobre a verdinha.

 

 

 


 

o meu ego está:

comentar
publicado por santissimatrindade, em 28.10.09 às 09:15link do post | favorito

 

O realizador australiano Adam Elliot, mago da animação moderna e autor de várias curtas de animação como: o oscarizado Harvie Krumpet (2003); Brother (1999); Cousin (1998); Uncle (1996), entre outras, estreia-se agora no grande ecrã com o fantástico e carismático Mary and Max. Realizado, escrito e idealizado pelo próprio, o filme é um prato cheio para quem gosta de animação com alma. Adam Elliot consegue transmitir emoções e estabelecer uma cumplicidade entre o filme /espectador, mais fortes que a maioria dos filmes, que para tal , usou plasticina e um argumento baseado numa história verídica

O cinema de animação para adultos é algo que tem vindo a crescer um pouco por todo mundo, vindo da Dinamarca tivemos o astuto Terkel i knibe (2004), de França/ irão o Marcante Persepolis (2007), dos EUA, e realizado por Rob Zombie, o inadmissível The Haunted World of El Superbeasto (2009). Agora, fiquei seduzido por esta fábula verídica e australiana, rendi-me por completo aos seus atractivos, ao carisma das personagens, à musiquinha do piano sempre a facturar enquanto a história decorria, mas na verdade, o que mais me impressionou foi a maneira tão humana e real como a história nos é contada.
O filme não é nenhum conto de fadas, nada que se compare, trata-se de uma comédia dramática que conta uma história de amizade entre duas personagens unidas pela pena e pelo acaso: Mary, uma miúda solitária de oito anos, que vive nos arredores de Melbourne, e Max, um homem de quarenta e quatro anos, triste e severamente obeso, que vive em New York.
Supremo e tocante.
 

tags:
o meu ego está:

comentar
publicado por santissimatrindade, em 18.10.09 às 18:06link do post | favorito

 

A Caravana do Disparate e a Bôla de Carne produções orgulham-se de apresentar O Projector - uma curta  idealizada e concebida em menos de um dia, com  a fim  de participar no Festival de curtas  Fast Forward Portugal edição 2009.   Dos  cinco temas sorteados pelas equipas, foi-nos atribuido o seguinte:  A ferramenta – Utiliza uma ferramenta para um fim diferente.
Foi uma dia exaustivo e a  noite passada completamente em claro, mas valeu a pena só pelo facto da curta ter sido exibida no Teatro Circo em Braga, sendo uma experiência a repetir. Não ganhámos nada, mas a tentativa valeu por si mesma e para o ano estamos lá outra vez.
Aqui fica a curta, enjoy it…
 

Texto: Rui Melo

 

 

tags: ,
o meu ego está:

comentar
publicado por santissimatrindade, em 12.10.09 às 19:45link do post | favorito

 

Cinematizando os oráculos do estrume, orgulhosamente venho apresentar:


Thirst -o último filme do realizador de culto Sul Coreano Park Chan-wook.
Chan-wook é um dos cineastas que mais admiro, ao analisar a sua filmografia encontramos peças raras, tais como a triologia de vingança que envolve os três dos seus melhores trabalhos da sua carreira – o profundo Sympathy for Mr. Vengeance (2002), o frenético Oldboy (2003) e o afónico Sympathy for Lady Vengeance (2003), todos eles bastante premiados em festivais como Cannes , Stiges e Fantasporto. Realizou também o segmento de nome “Cut”, contemplado em Three Extremes (2004), um filme que reúne três histórias e onde o tema é a violência extrema. Em 2006 surpreendeu com o humor e a magia, no drama fantástico I’m a Cyborg, But That's OK (2006). A grande particularidade das suas obras é também pelo facto de ser ele próprio a escrever os argumentos, de se tirar o chapéu.
Thirst foi apresentado em Cannes onde foi nomeado para a Palma de ouro e amealhou o prémio especial de júri, participando também no festival de Stiges. Thirst conta a história de um padre, que se submete a uma experiencia médica, a fim de ajudar com ciência a humanidade, mas por ironia do destino torna-se num vampiro.
Eu sei, vampiros… parece cliché mas desta forma nunca foi abordado, o trailler fala por si, vejam!
 

tags:
o meu ego está:

comentar
publicado por santissimatrindade, em 08.10.09 às 19:05link do post | favorito

 

“Is Anybody There?” foi escrito por Peter Harness. Trata-se do último trabalho de John Crowley, realizador irlandês, autor de filmes como o cómico e arrojado triller Intermission (2003) e o drama veemente Boy A (2007), filmes com os quais amealhou seis prémios e onze nomeações.
“Is Anybody There?” joga com crescer e envelhecer reciprocamente, o lado triste da verdade vem à tona. A morte é encarada de uma forma inspiradora, sensível, real e sem abandonar humor e sarcasmo. Um drama que vai ao encontro da fábula, manobrando com subtileza filosófica a sua frontalidade.
Elenco e desempenhos deste são também um dos trunfos de “Is Anybody There?”: Bill Milner, prodígio protagonista da comédia independente Son of Rainbow (2007); Michael Caine, assombroso no triller psicológico Sleuth (2007), um veterano num dos melhores papéis da sua carreira; David Morrissey da curiosa série Meadowlands (2007) e recentemente em The Other Boleyn Girl (2008), aqui praticamente irreconhecível ao lado de Anne-Marie Duff ( Garage (2007)).
Sinopse: Inglaterra anos 80, Eduard um rapaz de dez anos vive com os pais num lar de idosos administrado pelos mesmos. Enquanto a mãe batalha para manter o negócio, o pai enfrenta uma crise de meia-idade. Eduard, pouco sociável, passa o tempo a gravar declarações dos idosos, tentando compreender o que acontece ao morrem e o que fica para além da morte. As coisas alteram, ao aparecer no lar o novo membro, um mágico reformado com atitude liberal e visão anarquista, Clarence.
Uma reflexão sobre crescer para enfrentar o mundo e aceitar o envelhecer sem ter medo da morte.
 

tags:
o meu ego está:

comentar
publicado por santissimatrindade, em 28.09.09 às 02:31link do post | favorito

 


Três décadas após o seu afastamento do universo das curtas, Pedro Almodôvar regressa às origens com a produção - La Concejala Antropófaga, a sua mais recente uma curta-metragem. A ideia da realização desta, surgiu na sequência do seu mais recente filme “ Los Abrazos Rotos”, Almodôvar inspirou-se na personagem que Carmen Machi interpretava no filme e decidiu escrever um Argumento. Argumento esse, que roda em torno de um de um monólogo hilariante, interpretado por Carmen Machi (Chon), a vereadora antropófaga que dá nome à curta. Uma personagem sem freios, com muita disposição e euforia, expõe-nos a sua visão caricata dos prazeres da vida.

É curta, mas enche as medidas.

 

 

 

 

 

tags: ,
o meu ego está:

comentar
publicado por santissimatrindade, em 14.09.09 às 00:13link do post | favorito

 

Frequently Asked Questions About Time Travel é uma comédia sobre ficcção científica hilariante e muito engenhosa. Trata-se de uma produção que juntou a BBC e HBO Films, Gareth Carrivick – um nome bastante apelativo na televisão britânica, pegou no primeiro argumento de Jamie Mathieson e deu mãos à realização, o resultado final é uma paródia que tanto tem de divertido como de inteligente.
F.a.q. abou time travel foi apresentado no Dublin Film Festival (Irlanda) em Fevereiro deste ano e estreou no Reino Unido dia 24 April, cá em Portugal não me parece que estreie no cinema, o que é uma pena, mas edição em DVD está para breve.
A narrativa roda em torno de três amigos interpretados por Chris O’Dowd (Roy da serie IT Crowd), Marc Wootan (Confetti (2006)) e Dean Lennox Kelly (The Invisibles (2008)), rostos bem conhecidos da televisão britânica.
Numa noite vulgar no Pub local, Ray (Chris O’Dowd) encontra-se com uma bela e excêntrica jovem, interpretada por Anna Faris (Smiley Face (2007)), que afirma ter vindo do futuro. O encontro desencadeia uma serie de eventos que põe em perigo o resto do mundo, cabe agora a Ray e seus amigos tentar resolver o mistério da viagem no tempo, que para tal, usam o conhecimento que eles têm da cultura pop deste ao fenómeno.
Frequently Asked Questions About Time Travel é um quebra cabeças sob forma de humor e traz-nos  de volta  a comédia britânica inteligente.  O carisma dos actores é sem dúvida um trunfo, mas é genialidade no argumento e produção inteligente e sem pretensões que dá a verdadeira cor ao filme.
F.a.q. About  time Travel é uma peripécia  esperta sobre viagens no tempo e realidades alternativas,  para mim uma das comédias mais perspicazes dos últimos tempos.
 

tags:
o meu ego está:

comentar
publicado por santissimatrindade, em 09.09.09 às 05:21link do post | favorito


Sumiu-se-me a palavra para descrever num todo o que sentimos  ao desembarcar em  District 9 .  A primeira longa-metragem nas mãos de Neill Blomkamp, escrita pelo próprio conjuntamente com Terri Tatchell.


District 9 teve o apoio incondicional de Peter Jackson , que foi inclusive o seu produtor executivo.  O Sr. Jackson, cineasta que não simpatiza muito com Hollywood, visto que até agora não fez nenhuma produção megalómana nos estados unidos, senão reparem Senhor dos Aneis  e King Kong (Nova Zelandia)  e agora District 9 (Africa do Sul), curioso não é.  Jackson sabe bem o que faz, tem bom faro e visão de lince, prontamente se apercebeu que o argumento de D 9 seria uma revolução na história do cinema.

 

District 9 foi filmado na África do Sul e a maior parte dos seus actores são desconhecidos, filmado ao estilo de Mockumentary aliado com filme de ficção científica e épico, algo que lhe dá um realismo fantástico. Retrata uma sociedade alternativa que metaforicamente é aproximada à de hoje em dia.

Imaginem uma nave extraterrestre que pousa sobre o céu da capital da África do Sul – Joanesburgo, passado dias não havendo manifestação do que estaria no seu interior, os humanos decidem sobrevoar os céu e entrar nela. Lá dentro encontrava-se um milhão de aliens desnutridos e doentes, então devido à pressão internacional, o governo decide criar um acampamento provisório e electrificado para alienar os extraterrestres, mas o que seria uma situação provisória, tornou-se numa favela - District 9.  Este é o ponto de partida numa história que aborda a fundo os conceitos sociedade e humanidade, passando pela discriminação, tráfico, armas entre muitos outros.

District 9 é mesmo uma caixa de surpresas: as caracterizações dos aliens tanto têm de genuínas como fantásticas; os movimentos de camera são grotescos - in your face (mas distanciado de sucatada); a adopção do estilo de filmagem incoerente e montagem revolucionários; a escolha dos estratégicos dos cenários. Tudo isto num argumento bestial, dá vida a um universo fenomenal, destacando District 9 como um dos melhores filmes de sempre.
 

tags:
o meu ego está:

mais sobre mim
Novembro 2009
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6
7

8
9
11
12
14

15
16
17
18
19
20
21

22
23
24
25
27
28

29
30


pesquisar no santissima
 
blogs SAPO
subscrever feeds