da filosofia à ficção, retratando a realidade
comentar
publicado por santissimatrindade, em 11.12.08 às 23:00link do post | favorito



Varandas, polidas com neve, manipulam a temperatura até nos regar com  uma brisa tremula,  revestindo-nos de um gélido Inverno.
Lénia continua empoleirada na varanda, como se uma galinha no poleiro, que automaticamente foge ao ver nevoeiro que se avista trazendo consigo morte e desassossego.
Vultos rondam lá fora na penumbra, pelo menos na cabeça do pequeno Izidro ao ouvir  zumbidos ciclónicos, que dominado por um sentimento de pânico esconde-se dentro de um baú acabando por sufocar.
Carma, uma virgem estupidamente frustrada e desenxabida,  masturba-se com bocados de velas frente a uma foto de Salazar.
O relógio da igreja conta 6 horas pela segunda vez, no dia, ao mesmo tempo Hermínia , deitada na cama dá o ultimo suspiro, deixando de pertencer ao mundo dos mortais.
Na serra, um cordeiro envenenado pelo pastor, serve de banquete para um casal lupino que lhe tinha dizimado o rebanho.
Na casa paroquial, o padre descansa depois de uma hora intensa de sexo anal com o sacristão, que acreditava estar a cumprir a merecida  penitência  após a confissão.
E o Presidente da Junta conta os tostões que roubou do povo,   antes de ir aquecer a cama da sua adorada filha mais nova.
O inverno é como uma sociedade que está a cair aos pedaços, frio e dissimulado.
 


comentar
publicado por santissimatrindade, em 20.08.08 às 00:04link do post | favorito

 

Arrotando pensamentos absurdos

Rastejando pela moita vejo um castor a bater uma punheta á chuva, entro no café ensopado á procura de sopa, tão insossa e angelical. No invólucro de uma lata, os pregos fazem sentinela e os parafusos fila para entrar. Na porta o rabequeiro escarra notas semiprateadas num chão de pó. És simplesmente feia!
O senhor dos aflitos e suas beatas fedorentas não param de me atormentar, as lápides do meu jazigo, estão prestes a rebentar de fúria. Serei cego ou tu eutanásia?
Sem paráfrase nem figura de estilo. Caramelos de fruta fritos em óleo são dissolvidos em cadáveres azedos e obras póstumas. Oiço sinos sob a cadeira de um barbeiro, ali, onde jazem punhados de cabelo outrora meu. Quem me faz um charro agora que tudo arde?
Há uma faísca azul que ao aproximar-se do vermelho, ilumina os corpetes e cintas de liga coloridas que animam aquela hora, as janelas de um bordel…e eu só queria uma sopa.
Um quarto para sair dele e descer á recepção, só pelo prazer de ver o escano reflectir a luz e o calor da lareira, só pelo prazer de cheirar as mantas esponjosas e sarnentas onde se aninham ninhadas de pulgas sobre tapetes rosa choque, comprados nos trezentos.
Depois do trabalho, alguns ainda permanecem no café, para adiar por alguns momentos, o regresso inevitável ao tédio conjugal, e sonhar que estão num bordel de quinta com adolescentes carentes e prontas a ser desfloradas em troca de algumas futilidades.

Texto e ilustração by jusis 2008.

 


comentar
publicado por santissimatrindade, em 07.08.08 às 02:31link do post | favorito

Jusis e Santissima Trindade aderem aos videoclips


Os membros da Santissima trindade realizaram um
Videoclip. Chama-se Bottom Line e é do album Lead the way dos Human Cycle, a realização e produção foi a  cargo de Rui Melo e José Barbosa. Um projecto experimental que acabou por ser diferente da ideia inicial, mas que consegue transmitir a energia da musica e da banda mostrando o Porto e alguns elementos que completam o video, tentando fazer fusão entre a musica e imagem. Foi uma experiência que nos deu gozo fazer e uma vez que estamos na geração YOUTUBE vamos continuar a apostar em projectos relacionados com musica e videos, entre outras coisas.

Fiquem atentos, o movimento Jusis vem aí.

o meu ego está:

mais sobre mim
Novembro 2009
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6
7

8
9
11
12
14

15
16
17
18
19
20
21

22
23
24
25
27
28

29
30


pesquisar no santissima
 
blogs SAPO