da filosofia à ficção, retratando a realidade
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publicado por santissimatrindade, em 30.06.08 às 12:21link do post | favorito



Impressionismo cheio de saudade

Há cerca de uma semana vi Moya Lyubov uma curta-metragem de animação russa do oscarizado Aleksandr Petrov  (The Old Man and the Sea), uma pérola perdida no meio de um oceano de cinema, que apesar de não se ouvir falar muito,  foi a nomeado  este ano para o oscar  na categoria Curta de animação, utilizando uma técnica  única, simplesmente impressionante e fora de série.

A história, que deixa saudade (sec XIX), é sobre um jovem de 16 anos perdido e envolvido no mundo do sonho, quando se entrega á dúvida entre o primeiro amor e uma Feme-fatale.

 Ao inicio temos a impressão que estamos numa visita ao quadros das pinturas impressionistas,  sendo o  efeito  bem conseguido, pois esta curta de 27 min (aprox) foi mesmo inspirado nas pinturas impressionistas de Pierre-Auguste Renoir e Paul Cézanne, levando três anos para ser concluído, o realizador e animador russo Aleksandr Petrov pintou quadros de vidro a óleo para poder fotografá-los. Em vez de pinceladas, o Petrov usa os próprios dedos mergulhados em tinta. Assim sendo, completamente artesanal, “Moya Lyubov” levou mais de três anos para ficar pronto, é de génio -artista mesmo. Este é um filme que devemos ver para  apreciar as diferentes maneiras de se fazer arte no cinema, este tipo de trabalho é único e devia ser-lhe dado mais valor.

 

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publicado por santissimatrindade, em 25.06.08 às 22:01link do post | favorito

 

 

Humano v.s humano

Carrego uma tralha inigualável de páginas, com sentimentos que se estilhaçam sob o coração, como se não houvesse permanência neste mundo de idiotas mascarados de magnatas e revestidos de perversão.
 As almas proclamam um salto de virtude juntamente com um conjunto de lamúrias, que se propagam há medida que o apocalipse se aproxima. Entretanto descubro q somos todos tapetes, pisados pela opressão e poder político, que incendeia os olhos daqueles que estão na miséria. A esperança morreu de ataque cardíaco, já que a ansiedade do impossível nos corrompe e destrói qualquer traço que nos defina como humanos, chegamos a um tempo em que o homo-sapiens usa a sua sabedoria como auto-ignorância. É como uma garrafa de aguardente que sabe que vai ser bebida, embora não saiba por quem e desconheça as consequências dos actos de quem a digere.
Que universo presunçoso é este, apenas a espera de alguém para pregar na cruz para que depois sejam completamente salvos e absolvidos. Que deja vu horripilante.

Já agora, a que propósito?


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publicado por santissimatrindade, em 25.06.08 às 21:42link do post | favorito

 

Turismo com sobressaltos

Em 2006 Martin McDonagh ganhou um Óscar por ter escrito e realizado Six Shooter, uma comédia negra e sangrenta ambientada num comboio muito peculiar. Agora chega-nos com In Bruges (que também escreveu e realizou), um filme com marca europeia registada, usando como cenário a magnifica cidade de Bruges algures na Bélgica.

O filme aborda uma dupla de assassinos profissionais, que estão a fazer tempo na cidade Belga, após um trabalho mal sucedido em Londres. À medida que acção se desenrola, vamos criando laços e conhecendo o lado humano dos assassinos, que começam a repensar sobre os seu crimes. Estamos perante uma comédia negra, cheia de thriller e com toques dramáticos fundamentais que nos descrevem como é estranha a cabeça do ser humano. Além disso,  In Bruges está recheado de elementos culturais de grande interesse, ao longo do filme temos a oportunidade de contactar com a catedral de são salvador ou os quadros de Boch que ao mesmo tempo funcionam como  metáfora face á situação com a qual as personagens centrais estão inseridas. Para além destes, figuras como o anão ou o vendedor de armas, elevam a história ao seu expoente máximo.

O elenco central conta com Brendan Gleeson , o homem da filosofia e o mais correcto de todos, Ralph Fiennes, o homem do poder cujos princípios e a integridade estão acima de tudo e Colin Farrell, um assassino alucinado e  inseguro, com a alma pesada e fora de sitio. As interpretações são magistrais e autênticas cujo desempenho, nos pode levar do riso á curiosidade e da curiosidade ao choque.

Eu já me deliciei a ver o filme 3 vezes e acredito que não fique por aqui, todo aquele ambiente da parte da cidade medieval, o humor subtil, o passado dramático das personagens finalizando com a tragédia fazem deste filme um dos melhores que eu vi na vida. Ver este filme é para quem nunca esteve em Bruges, desejar imediatamente fazê-lo nas próximas férias.

…recomendo a todos aqueles que apreciem cinema de qualidade!

 

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publicado por santissimatrindade, em 24.06.08 às 03:36link do post | favorito

 

O novo e 6º albúm  de Sigur Rós chama-se  með suð í eyrum við spilum endalaust, acabei de ouvir agora ficando mais uma vez perplexo e simplesmente fundido com esta maravilha da Escandinávia.  O primeiro single chama-se Gobbledigook, e notamos   estão mais  vivos e experimentais. O  video da musica  vem com uma mensagem de liberdade e pureza  indescritiveis, continuando a pertencer a um universo ao qual  a banda nos habituou, confiram. Não vou falar  mais do albúm pois quem ouvir irá descobrir por si só. Eu confesso que me rendi mais uma vez à simplicidade e harmonia complexa emitida pelos sons de Sigur Rós.

Simplesmente Obrigatório.
 

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publicado por santissimatrindade, em 16.06.08 às 23:28link do post | favorito

Aqui no santissíma trindade a expressividade nunca é a mesma para todos os intervenientes... Em tempo de europeu de futebol também eu quero deixar vincada a minha opinião. Nunca é demais repetir o mesmo tema. Afinal, o mesmo repete-se de hora a hora (senão mais!!) em toda a midia Portuguesa, europeia, mundial..

Ora eu e mais 15 milhões de Portugueses queremos mesmo que a dita selecção vá é longe e ganhe tudo o que é possível ganhar... Agora e sempre. No entanto, as coisas estão bem definidas na minha cabeça...

A mim não me agrada, esta excessiva capitalização do desporto, sendo clubes empresas, o jogo um negócio! O futebol não é excepção, é o derradeiro exemplo. Perdeu-se o espectáculo, focalizou-se na treta do fair play, recheou-se o desporto do mais puro valor da sociedade actual: a ganância capitalista!

A wikipédia descreve desporto como "um fenômeno sociocultural, que envolve a prática voluntária de actividade predominantemente física competitiva com finalidade recreativa ou profissional, ou predominantemente física não competitiva com finalidade de lazer, contribuindo para a formação, desenvolvimento e/ou aprimoramento físico, intelectual e psíquico de seus praticantes e espectadores. Além de ser uma forma de criar uma identidade desportiva para um inclusão social.
A atividade dsportiva pode ser aplicada ainda na promoção da saúde em âmbito educacional, pela aplicação de conhecimento especializado em complementação a interesses voluntários de uma comunidade não especializada.
"

Nesse sentido eu sou completamente a favor do desporto, da selecção de futebol e do seu sucesso... Só não vou literalmente á bola é com o aproveitar das marcas, constantemente a promover o seu branding, fazendo um marketing sujo, sem anunciar produtos, apenas atacando a frágil percepção dos espectadores, os fãs...
Não vou também á bola com os ordenados milionários e a movimentação de verdadeiras fortunas quando estas verbas poderiam e deveriam ser canalizadas a combater causas sociais bem cruciais para o desenvolvimento humano. Não só na Europa. Global! Os jogadores não precisam de prémios de jogo milionários... Se estes amam a camisola, os dividendos que retiram dos seus clubes deveriam ser suficientes para instituir a nobreza no desporto. Trazer de volta o conceito de desporto grego. Trazer de volta noção a de competição, de esforço, de luta, de honra.

Andamos metade do ano a dizer mal do nosso país... Falamos mal de politicas, de modelos, de caminhos... Emigramos porque as coisas cá dentro estão más e as condições de outras nações favorecem o nosso conforto. Abandonamos familias, aldeias, em busca de melhores oportunidades. Chega o europeu e a nossa portugalidade vêm ao de cima. Manifestada na maior das convenções, na imagem bem viva da manipulação a que estamos sujeitos... Nos hipermecados os preços estão pintados sobre bandeiras pixelizadas. Nas janelas abundam outras tantas de pano chinês... Nos carros, na rua, nas lojas... Identificámo-nos com todos os nossos manipuladores. Caminhamos em seu caminho e por sua vontade.

Amo o desporto... Amo o futebol... Aqueles 90 minutos de arte (quando se assume como tal) fazem para mim todo o sentido. Respeitam a definição de desporto. Tudo o resto é folclore... Tudo o resto é loucura social quando as verdadeiras batalhas são aquelas que lutámos dia-a-dia apenas para viver. Detesto o simplismo, detesto esta miséria mascarada de felicidade extrema. Afinal, um jogo vale o que vale e depois do europeu todos nós continuaremos a viver... Bem, quase todos!

Este conceito de comunhão entre as diversas nações... A mim... Dá-me vómitos! Que é aliás o que mais se faz por aí... Não se grita por Portugal, vomita-se Selecção!!

 

Artificial... Plástico...


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publicado por santissimatrindade, em 13.06.08 às 17:47link do post | favorito




A estação calorosa aproxima-se e as bilheteiras americanas começam a disparar como se fossem patins com foguetes com blockbusters uns atrás dos outros, ou comédias cuja fórmula é pré-fabricada, de ingredientes básicos e inatos (pois o típico americano não gosta de pensar muito). O resultado são milhões de dólares, e a degradação de uma cultura posta ao relento ou entregue ao capitalismo não havendo distinção entre arte e marketing. E o pior de tudo é que este tipo de filme esta cada vez mais a impingir-se no mercado, e eu chego à conclusão de que os americanos esgotaram o stock criativo de argumentos, já que agora deram para comprar os argumentos dos espanhóis tal como já tinham feito com asiáticos. Consigo prever... O resultado vai ser mais penoso do que se avista ao longe. A América está a tentar fazer ao cinema aquilo que tem vindo a fazer à música: Ridicularizá-los.. Mas o mais assombroso é que isto se pega e já pela Europa há quem faça o mesmo. Tenham dó.


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publicado por santissimatrindade, em 13.06.08 às 17:24link do post | favorito




Diversão a fazer filmes


Pela primeira vez na santíssima trindade vou sugerir uma comédia, chama-se Be Kind Rewind, e é realizada pelo francês Michael G
ondry que cresceu em Versalles.  Influenciado pela musica pop começou pelas artes gráficas, mas acabou a fazer cinema e videoclips.  Gondry já nos presenteou com Despertar da Mente, Science of  Sleep, entre  tantos outros trabalhos. Colaborou inclusivé com Bjork,  The Chemical Brothers, Massive Attack , etc…

A premissa é:  Os funcionários de um pequeno clube de vídeo, depois de apagar acidentalmente o conteúdo das VHS decidem reencenar e protagonizar os filmes, utilizando meios precários. Os protagonistas reencenam filmes como Robocop, Caça Fantasmas, Rei Leão, entre outros clássicos. Um Humor e uma originalidade incomparáveis e difícil de encontrar hoje em dia nos filmes de comédia.

Desta vez Gondry aventurou-se pelo humor inteligente e apareceu com um conceito novo chamado “Sweded Movies” do qual muito se vai falar. Esqueçam as comédias cliché, ou de fórmula comprada nas lojas dos chineses, pois nesta comédia de ficção acontece tudo, menos aquilo que se espera. O filme é um estado de estimulação da criatividade e um exercício de conforto peculiar, tendo como protagonistas Jack Black e Mos Def, entre outras surpresas no elenco. O filme que trás a boa disposição e ao mesmo tempo a grande mensagem “devemos ter orgulho naquilo que fazemos, por mais simples e absurdo que seja”.

Um filme cheio de inspiração, confusão poética e muito divertimento.

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publicado por santissimatrindade, em 03.06.08 às 16:26link do post | favorito




 

Crimes ao sabor da lógica

Alex De La Iglesia é natural de Bilbao e graduado em Filosofia, sempre foi um dos meus realizadores favoritos, presenteando-nos com obras como El Dia De Bestia, Acción Mutante, La Comunidad e Crimen Ferpecto, filmes que sempre marcaram os festivais por onde passaram, dando a Alex o estatuto de realizador de culto, admirado por muitos (Tarantino, Almodóvar), que eu recomendo a qualquer um.

Agora e pela primeira vez o cineasta vai realizar um filme em inglês. The Oxford Murderes, baseado na obra premiada do escritor argentino Guilermo Martinez com o mesmo nome. Ambientado em Oxford, desenrolando uma trama de suspense, mistério e assassinato ao bom estilo dos romances policiais de Agatha Christie e Arthur Conan-Doyle. O filme começa com o 1º daquele que será uma serie de assassinatos, espalhando o mistério entre o espectador e as personagens envolventes e aliando o mistério á lógica e matemática.

As prestações do elenco e a fotografia são perfeitas. O filme conta com a presença de John Hurt (Arthur Seldom), um matemático com uma personalidade e com um poder de argumentação e persuasão surpreendente, e Elijah Wood (Martin) um estudante americano que vem fazer uma tese sobre Seldom, que fica intrigado com o assassinato da sua nova inquilina. A dupla funciona perfeitamente neste romance policial, os discursos de Hurt soam como música para os nossos ouvidos, e Wood prova mais uma vez que já não é nenhum menino, neste filme carregado de mistério, camuflado pela lógica e pelo acaso, e capaz de nos trocar as voltas desde o primeiro até ao ultimo instante.

É um filme que capaz de enganar e seduzir o espectador vezes sem conta, fazendo-nos lembrar de clássicos como Poirot, ou Sherlock Holmes, tudo retratado com a filosofia da lógica e matemática num ambiente enigmático, audacioso e cruel .
 

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